ANTES DE INVESTIR | ORGANIZE-SE
Por: Vitor Capelozza | www.vitorcapelozza.com.br
É fundamental e importante discutir aspectos de análise de investimentos, qual produto performa melhor, análises de cenários e quais os riscos de cada produto, porém, para que tudo isso funcione bem e todo esse conhecimento sobre investimentos seja aplicável de forma efetiva é preciso que exista um patrimônio a ser investido. O planejamento financeiro pessoal e familiar é o ponto de partida para trilhar o caminho da prosperidade e da realização de objetivos e sonhos.
Para que a construção de uma carteira de investimentos seja criada é fundamental fazer sobrar recursos ao final do mês e se tornar um agente econômico superavitário – aqueles que têm receitas superiores às despesas e conseguem acumular patrimônio – e conseguir acessar os melhores produtos e ativos dentro de sua realidade de vida.
O planejamento financeiro é a ferramenta ideal para que sua vida financeira atual seja transformada e sua liberdade seja conquistada. Podemos dividir o planejamento em três etapas básicas:
Balanço Patrimonial – O balanço patrimonial é uma fotografia atual dos ativos (direitos, bens e aplicações financeiras) e dos passivos (dívidas) de uma pessoa ou família. Essa diferença entre ativos e passivos é o que chamamos de patrimônio líquido que essa pessoa ou família possui. Se o patrimônio for negativo, existem mais dívidas do que bens, e será necessário um trabalho para corrigir esse problema. Podemos calcular também no balanço patrimonial o Índice de Endividamento Pessoal, que é a divisão do total de passivos pelo total de ativos: quanto maior a proporção de passivos sobre os mesmos ativos, maior o grau de endividamento.
Fluxo de Caixa – Em bases mensais, mostrar as receitas e despesas de uma pessoa ou família. Nas receitas deverá mostrar a renda com trabalho, rendimentos das aplicações financeiras, distribuição de lucros de empresas que seja sócio, e quaisquer outras rendas recebidas. Nas despesas o fluxo de caixa deverá incluir todos os gastos pessoais e/ou familiares como, aluguel, mensalidades escolares, prestações, transporte, plano de saúde, alimentação, e quaisquer outras saídas de caixa. O ideal é que as receitas sejam maiores do que as despesas, sendo o indivíduo um agente econômico superavitário.
Orçamento Doméstico – Este item é bastante parecido com o anterior, porém o foco aqui é o futuro. Muitas pessoas acreditam que o orçamento doméstico tem a finalidade de apenas apresentar nossas receitas e despesas, o que na verdade é um engano. O orçamento doméstico tem a principal função de nos mostrar como estarão nossas finanças nos meses posteriores. Outra função bastante interessante é o gerenciamento dos gastos por categorias, como Habitação, Transporte e Lazer, por exemplo, que podem nos dar embasamento de como iremos destinar os recursos dali para frente de acordo com os objetivos e estratégias traçadas.
Essas três etapas são as mais básicas dentro de um planejamento financeiro, e com elas bem administradas e elaboradas é possível construir uma carteira de investimentos adequada a realidade e aos objetivos da família, além de abarcar pilares fundamentais do planejamento financeiro como a gestão de risco, tributário, aposentadoria e sucessão.
Algumas pessoas sentem dificuldade em fazer o dinheiro sobrar no fim do mês, seja por desorganização de suas finanças, negligência, ou mesmo devido a sua situação atual de endividamento que faz com que boa parte de seus recursos sejam consumidos pelos juros dos
empréstimos e financiamentos. É preciso parar e se conscientizar de que para uma vida equilibrada e com a grande perspectiva de realização será necessário fazer escolhas.
Como fazer sobrar dinheiro e se tornar um agente superavitário
É comum encontrarmos pessoas com dificuldades em fechar o mês com saldo positivo no orçamento. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE 25% das famílias brasileiras tem essa dificuldade, o que só enfatiza a importância da organização financeira e a priorização devido à escassez dos recursos financeiros. Confira abaixo 5 dicas para fazer sobrar dinheiro e começar a construir seus sonhos:
Atenção aos pequenos valores – Como dito anteriormente, é essencial ter atenção aos pequenos gastos, por mais que pareçam insignificantes em um primeiro momento, ao colocar em um prazo anual a economia pode ser grande. Analise periodicamente se esses gastos podem ser minimizados ou mesmo cortados de seu orçamento, avaliando sempre se ainda fazem sentido para você.
Pague-se primeiro – Esse conceito é tradicional nas finanças pessoais e pode ser muito útil principalmente no início do processo de mudança de mentalidade. Ao assumir um compromisso com você mesmo e destinar com prioridade os recursos para a construção de objetivos, a tendência é de que com o tempo esse processo torne-se um hábito.
Consumo consciente – Ao estabelecer metas claras e objetivos concretos que estejam alinhados com seus ideais, estaremos mais conscientes dos gastos e iremos consumir com mais parcimônia. Compras por impulso podem minar suas finanças e colocar você em uma situação desconfortável.
Avalie seus gastos periodicamente – Quando temos um orçamento doméstico fica mais fácil verificar para onde vai nosso dinheiro. Avalie periodicamente se suas despesas fazem sentido para seu momento de vida atual e se há a necessidade de ajustes. Verifique se seu plano de telefonia está sendo utilizado de maneira eficiente, assim como planos de internet e tv a cabo.
Adapte-se ao seu padrão de vida – É comum encontrar pessoas e famílias que estão vivendo um padrão de vida não condizente com sua renda. A cultura do status em nosso país ainda é muito forte e viver de aparência pode trazer consequências desastrosas para suas finanças. Procure viver um degrau abaixo de suas receitas, construa patrimônio e trace objetivos que deseja conquistar. Não é demérito nenhum dar um passo atrás para corrigir o que não está funcionando e dar dois passos adiante e ter uma vida mais equilibrada e com liberdade.
Conclusão
Antes de acessar com propriedade o mundo dos investimentos é essencial ajustarmos nossas finanças para que nos tornemos agentes econômicos superavitários, e consigamos fazer aportes mensais para a construção de patrimônio. Um bom planejamento financeiro trata essa questão com muito critério e estratégia, pois, não é saudável começar a acessar produtos financeiros mais sofisticados e ficar constantemente retirando recursos para sanar problemas de fluxo de caixa.
Analise suas finanças com profissionais capacitados e construa uma estratégia personalizada para a sua vida atual. Cada pessoa ou família necessita de ferramentas e processos diferentes das demais, o que demanda um estudo aprofundado de questões como objetivos, sonhos, entradas e saídas de recursos, patrimônio, entre outros.
O planejamento financeiro deve fazer parte de sua vida. Não negligencie seus recursos e comece hoje mesmo a construir a vida que tanto deseja. Com organização e a estratégia correta, todos os seus objetivos podem ser conquistados. Só depende de você!
Até breve,
Vitor Capelozza