SUCESSÃO E LEGADO

Você já imaginou o que deixará para sua família quando se for? Bens materiais são a primeira coisa que vem à cabeça da maioria das pessoas, como dinheiro, investimentos, casa, carro, entre outros. Outras, se organizam para gastar todo seu patrimônio em vida, pois não tem herdeiros diretos, ou não desejam transmitir nenhum recurso para os que ficam, e não há nada de errado nisso, são escolhas que fazemos e o planejamento financeiro deve ser muito bem estruturado para que ao final da vida não falte dinheiro e condições adequadas para se manter.

O que devemos pensar é em deixar um legado para nossa família. O maior patrimônio que podemos deixar além de recursos financeiros é o nosso exemplo. Ensinamentos como respeito, organização, planejamento, disciplina, coragem, são alguns conceitos que devemos priorizar na transmissão em vida para as pessoas que mais amamos. É fato, porém, que jovens que possuem uma estrutura adequada e recursos financeiros podem pensar em estudar em uma boa faculdade no Brasil ou no exterior, ou ainda em começar um negócio próprio com esse dinheiro.

O planejamento começa com os pais

Os sonhos dos filhos começam com a organização financeira dos pais. Quando decidimos parar, refletir, e criar consciência da atual situação financeira que está nos prejudicando, iniciamos uma trajetória de mudança de vida que irá refletir para além de nossa existência.

Um bom planejamento financeiro irá nos colocar no caminho da prosperidade, com um consumo presente adequado à nossa realidade, e criar estratégias para que o futuro seja como o desejado. O ambiente saudável de uma família com as finanças equilibradas irá refletir nas crianças, que irão crescer com mais conhecimento sobre dinheiro e iniciar uma trajetória mais leve, com bagagem suficiente para percorrer seu próprio caminho.

Preparando os filhos para um futuro com menos dinheiro

As novas gerações têm a mentalidade de que menos é mais. Aquele pensamento de que é necessário adquirir um imóvel e um carro para ter sucesso está sendo deixado de lado por um pensamento mais consciente. Por exemplo, precisamos de moradia e não efetivamente comprar uma casa ou apartamento, e aqui o papel do aluguel entra com bastante eficiência.

Hoje com a evolução tecnológica, conseguimos executar muitas atividades que antes não eram possíveis, como solicitar comida e alugar um veículo com apenas alguns cliques no smartphone. Os jovens de hoje pensam mais na ideia do compartilhamento de bens e utensílios domésticos, no propósito de vida que querem perseguir e em correr atrás de seus sonhos, vivendo uma vida com mais experiências e menos “burocracia”.

Abaixo algumas tendências das novas gerações:

  • Compartilhamento – A ideia de viver apenas com o necessário cresce à medida que temos acesso a bens e serviços na palma da mão. Os mais jovens não pensam em comprar muitos bens e utensílios, e sim em compartilhar.
  • Investimentos sustentáveis – O termo ESG (Environmental, Social & Governance) começa a ganhar força no mercado de investimentos. Esse termo em inglês é utilizado para investimentos sustentáveis e socialmente responsáveis em empresas que possuem em sua missão a transformação do mundo em um lugar melhor, respeitando normas ambientais e administrativas.
  • Uso das moedas em papel – Estão cada vez menos sendo utilizadas devido as novas tecnologias e novas formas de pagamento. Com o crédito menos burocrático, a tendência é que as cédulas e moedas percam espaço e outras formas de educação financeira devem ser adotadas.
  • Mais experiências – Os jovens querem ter uma vida com mais experiência, viajar, estudar fora do país, conhecer novos hábitos e culturas. Com esse olhar, a tendência é ter um orçamento mais flexível, com menos gastos burocráticos e planos mais ousados.

Como pais, não devemos engessar as escolhas de nossos filhos, e sim estimulá-los a seguir seu próprio caminho e a correr atrás de seus sonhos, e para isso devemos nos organizar financeiramente e pensar em estratégias que nos permitam construir patrimônio para que eles comecem sua trajetória com poder de escolha no futuro e tenham capacidade suficiente de conquistar tudo aquilo que desejam sem depender totalmente do patrimônio herdado, mas utilizá-lo como um facilitador em sua vida. Devemos pensar em estratégias eficientes para construir patrimônio financeiro e em um plano de sucessão adequado a nossa realidade, e alguns pontos devem ser abordados, como a construção da carteira de investimentos e a estratégia de sucessão.

Construção da carteira de investimentos

É fato que com o aprendizado constante e envolvimento com o mercado financeiro, iremos evoluir em nossos projetos e conseguiremos acessar produtos mais sofisticados e com melhores rentabilidades. Não podemos ignorar a evolução desse aprendizado ao longo do tempo, o que engloba as fases de acumulação de recursos e da utilização e preservação desse patrimônio.

A renda variável deverá fazer parte de nossa carteira de investimentos, mesmo quando começarmos a usufruir do patrimônio construído. Hoje, com a taxa básica da economia em seu menor patamar histórico, balancear a carteira entre renda fixa e renda variável torna-se essencial para conseguir rentabilidades melhores e alavancar o crescimento de sua carteira de investimentos. Mesmo os mais conservadores devem entender que com uma estratégia correta, parte da carteira, por menor que seja, deve estar em produtos mais arrojados.

Ao alcançar a independência financeira, muitos pensam em “pendurar as chuteiras” e usufruir do patrimônio acumulado e viver de renda. O que de fato acontece na prática é que você estará mais motivado e ainda com energia para construir projetos e desenvolver novas atividades. A liberdade de escolha conquistada através da independência financeira fará com que você execute tarefas que estão alinhadas com seus projetos, dando início a uma nova fase de vida.

Estratégia de Sucessão

Para quem está na fase de acumulação de recursos, pensar na contratação de um seguro de vida faz todo o sentido, pois, imprevistos acontecem, e não queremos que as pessoas que mais amamos fiquem descobertas ou que os planos traçados sejam interrompidos. Um bom planejamento financeiro abarca a gestão de riscos em sua estratégia e analisa o que de fato é necessário para que sua cobertura seja a mais adequada. À medida que o patrimônio cresce, as coberturas e capital segurado podem ser reduzidas.

Outro instrumento utilizado na estratégia de sucessão são os planos de previdência privada. Os recursos aportados com eficiência nesses produtos não entram em inventário, fazendo com que o montante seja disponibilizado em poucos dias para que os beneficiários tenham condições de se manter até que todo o processo de partilha seja finalizado, o que muitas vezes pode demorar.

Para aqueles que não possuem herdeiros, é interessante providenciar um testamento e construir uma estratégia com estimativa de utilização total dos recursos acumulados. O ponto negativo dessa estratégia é que será necessário estimar sua expectativa de vida, o que pode ser impreciso e fazer você ter dificuldades financeiras no futuro.

Conclusão

Devemos ter em mente que o maior legado deixado para os que amamos é nosso exemplo de como viver de forma plena e de acordo com o que acreditamos e, acima de tudo com ética e respeito. As bases construídas desde os primeiros anos de vida farão com que seus filhos se tornem adultos independentes e tenham condições de construir seu próprio caminho.

Com planos definidos e estratégias consistentes, o patrimônio construído será levado por muitos e muitos anos.

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